Nós não estamos prontos pra perder. Isso é verdade absoluta. Não estamos dispostos a abrir mão, a não estarmos no topo, a não ser o melhores.
Mas tem algo que a gente perde e não sente. O tempo.
Semana passada eu me vi recebendo esse alerta do universo, esse sacode para lá de doloroso.
A ironia disso tudo é que em um sábado, em uma conversa com alguém que eu nutro carinho, comentei sobre como acredito que atenção muda muita coisa e por isso eu tento ser atenciosa e carinhosa com os meus.
E na segunda eu recebo a notícia que perdi uma das minhas.
E sinto que perdi parte de mim também.
Como não perder?
Não estávamos tão próximas como na infância, mas nossas últimas mensagens mostravam nossa admiração e carinho mútuos. Nosso último encontro, proporcionado pelo acaso da vida, terminou com a promessa de marcarmos um café.
Que nunca veio. Porque Bia se foi.
Bia que fez parte desse blog, que cortou meu cabelo, que cozinhou para mim, que me acolheu e consolou em tantos momentos. Que me escutou falar de livro, que me pediu um texto, que disse que eu era parte importante dela como leitora e eleitora.
Bia que foi amiga e continua sendo. Mas agora, em planos diferentes.
E foi aí que eu entendi. Não estamos prontos para perder, mas ainda assim perdemos sempre. O tempo. O tempo que passa rápido. Medida mais valiosa. Tesouro inestimável. O que não se recupera. Nunca.
E passando por esses dias, principalmente no momento em que precisei me despedir dela, lembrei de um livro que li “pra vida toda vale a pena viver” e lá a autora fala muito bem sobre o luto, sobre um envelhecimento saudável e sobre a vida que vale a pena viver e este livro mudou minha vida.
Usei ele no texto da minha colação, está na bio do meu perfil pessoal e está marcado em minha alma e só conseguir ficar com ele na cabeça no decorrer da semana que passou.
Porque temos que viver uma vida que vale a pena viver.
Temos que dizer que amamos.
Temos que criar memórias felizes.
Temos que parar de perder tempo.
E isso é para mim.
É muito para mim.
Porque eu sinto que tenho apenas passado pelos dias, seguindo o fluxo e o nome dessa coluna é “diário de uma VIVENTE”, então que possamos viver; que eu possa viver. Que paremos de perder tempo. E que vivamos uma vida feliz.
E como esse texto era para ser em homenagem à minha amiga, que me perguntou em um dia de abril, enquanto estávamos na piscina curtindo um dia de sol se eu escreveria para ela, aqui está, Bia.
Que você esteja em paz agora. Esse é meu desejo.
Obrigada por tudo.
Pelos bons anos e boas memórias.
E para você que está lendo: o final feliz só é feliz se o durante for. Joguemos luzes no durante feliz, ele que importa.
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.