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Kim Liggett

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    [Resenha] O Ano da Graça – Kim Liggett

    Oi, pessoas bonitas! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

    A resenha de hoje é de um livro muuuuito bom e que foi um dos lançamentos da Globo Alt, O Ano da Graça.

    Sinopse: cedo que sua existência é uma ameaça. Lá, acredita-se que jovens mulheres detêm poderes obscuros e, por isso, ao completarem dezesseis anos, são enviadas a uma espécie de campo de trabalho, no qual devem permanecer durante um ano para se “purificar”. Mas nem todas retornam vivas e as que voltam parecem diferentes. No Condado de Garner, é proibido falar sobre o Ano da Graça. Mas Tierney está pronta para subverter as regras.

    O Ano da Graça é uma história brilhante, assustadora e atual sobre os complexos laços formados entre mulheres e a resistência delas em uma sociedade misógina, patriarcal e desigual.

    O livro será adaptado para o cinema pela Universal Pictures com produção e direção de Elizabeth Banks.

    Tierney James vive no Condado de Gardner, conhecido pelo poder patriarcal e por um ritual anual: o Ano da Graça, que consiste em selecionar as jovens de 16 anos que são levadas para uma caba afastada e reclusa afim de acabarem com a magia que elas possuem. Elas passarão um ano nessa cabana tentando sobreviver aos mais variados tipos de dificuldades e provações.

    Tierney é a terceira de uma família de 5 filhas e por mais curiosa que estivesse com os boatos que rondam esse ano especial, ela nunca se sentiu tentada a ir, tampouco sentiu vestígios de sua magia. Sentia sim uma vontade imensa de ser livre e fugir do que a sociedade extremamente opressiva e machista que a cercava por todos os lados.

    Sem muitas amigas e nada popular entre as demais 32 jovens que partem com ela para a Floresta, Tierney começa a perceber que existe uma obscuridade muito maior por trás do Ano da Graça e que a tal magia é realmente maligna. Mas será que essa magia sempre esteve nelas ou elas só aparecem em especial nesse ano? Seja qual for a resposta, Tierney só sabe de uma coisa: ela voltará viva. E uma nova pessoa.

    “Cada conforto, cada costume do condado, tudo foi tirado de nós. Nos arrancaram até nossa língua comum. Não há estufas, nada de flores selecionadas, só mato. Sem nada disso, não sei como vamos nos comunicar. Quero acreditar que será com palavras, mas, vendo a Árvore do Castigo, sei que será com violência. “

    O Ano da Graça foi uma surpresa incrível para mim! Primeiro porque fazia muito tempo que eu não lia uma distopia tão boa assim e que envolvesse. Segundo, porque suas temáticas são extremamentes importantes e atuais. Achei que a Kim soube fazer os generos conversarem muito bem e foi realmente muito, muito bom poder ver essa luta pela união das meninas, mesmo que TUDO apontassem para o fato de que elas eram inimigas.

    “Somos chamadas de sexo frágil. Nos martelam com isso todo domingo na igreja, explicam que é tudo culpa de Eva por não ter expelido a magia quando pôde, mas ainda não entendo por que as garotas não têm escolha. Claro, temos acordos secretos, sussurros no escuro, mas por que são os garotos que decidem tudo? Até onde sei, todos temos coração. Todos temos cérebro. “

    A Tierney é aquela personagem solo, que não precisa ter ninguém ao seu lado para lhe dizer o que fazer, mas que ainda assim ela escolhe bem quem manter ao seu lado. Ela é forte e acredita em sua verdade e acho que por isso é tão bom acompanhá-la nessa jornada. Ela é sincera consigo mesma e luta por aquilo que ela acredita.

    “Sempre prefiro a verdade, por mais que doa.”

    O livro é dividido entre as quatros estações do ano enquanto as jovens estão reclusas e foi de uma perspectiva nova perceber o quanto um simples conjuntos de dias pode transformar para sempre a vida das pessoas e como deixamos passar essa percepção de que cada dia é um dia especial, porque sempre esperamos pelo amanhã, mas essas meninas não, elas realmente não sabiam o que viriam do amanhã e por isso, elas valorizam seus dias, ainda que seja de uma forma que eu não seja capaz de entender, e sendo muito sincera com vocês, nem quero saber rsrs

    “Sempre achei que, quando chegasse a hora, eu seria capaz de enfrentar minha morte com graça e dignidade, como vi inúmeras mulheres enfrentarem a forca na praça. No entanto, não há graça ou dignidade em morrer assim, esfolada viva. “

    O Ano da Graça é um livro incrível demais, tem momentos lindos, tem romance, tem aventura, tem mortes e lutas, tem superação e esperança, assim como tem a desistência, e ainda que aborde muitos assuntos, o seu foco – pelo menos para mim – consistiu na autodescoberta, em se descobrir quem você diante de tantas adversidades.

    “Quando nossas escolhas são tiradas de nós, o fogo cresce por dentro. Às vezes, acho que poderíamos incendiar o mundo inteiro, queimá-lo até só restarem cinzas, com nosso amor, nossa fúria, e tudo que há em nós. “

    Eu recomendo muito O Ano da Graça para quem busca uma leitura instigante e com mensagens tão importantes e recheados de aventuras!

    8