Quem aqui nunca ouviu falar sobre A Revolução dos Bichos? Ou sobre o George Orwell? 1984?
Há muito eu ouço falarem sobre o autor e suas obras, mas somente este ano tive meu primeiro contato com ele. Quer saber como foi? Continua por aqui comigo 🙂

Sinopse: Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A revolução dos bichos é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos – expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História – mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.
A Revolução dos Bichos contará a história dos animais da Granja do Solar que vive sob a dura criação de Jones, o dono da fazenda. Após um sonho do porco Major muito quisto por todos animais, começa-se o plano para uma revolução. A revolução que porá fim à escravidão e trará uma qualidade de vida melhor a todos. Bem, pelo menos era para ser assim.
Após a morte de Major e ascensão dos bichos ao comando da Granja dos Bichos – novo nome após a revolução- tudo ocorre de maneira bem idealizada. Todos os bichos trabalham em prol de si e seus semelhantes; todos recebem tratamento adequado e se sentem parte importante do todo. É criado mandamentos que todos devem seguir, os animais são estimulados a aprenderem a ler, escrever, fazer outras coisas além do seu instituto natural.
OS SETE MANDAMENTOS 1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo. 2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas , ou tenha asas, é amigo. 3. Nenhum animal usará roupas. 4. Nenhum animal dormirá em cama. 5. Nenhum animal beberá álcool. 6. Nenhum animal matará outro animal. 7. Todos os animais são iguais.
E com o passar do tempo são criados os mandamentos, porcos são colocados na “presidência” e quando menos esperamos, a Granja dos Bichos se torna uma versão fiel – ou talvez pior- da Granja Solar.
Porém, como já diz na sinopse do livro: esta obra é claramente uma critica social e a cada nova página percebemos a acidez e ironia do autor nas retratações das situações vividas pelos animais. A ambição pelo poder, o autoritarismo, a opressão, o cinismo e todas as más qualidades que somos capazes de enxergar nos dias de hoje em pessoas próximas de nós e figuras públicas.
“Será que você não compreende que liberdade vale mais do que laços de fitas?”

Me encanta ver que mesmo sendo um livro escrito há mais de meio século, ainda assim se parece tanto com nossos dias atuais que a única palavra que posso usar para descrever o Orwell é gênio. Este cara é um gênio. E só para você terem noção de como fui capturada pela escrita dele, assim que terminei este livro fui correndo para comprar 1984, outro livro muito aclamado pela critica. Espero que seja uma surpresa boa.
Recomendo a leitura desse livro para todos que querem ler um clássico, mas ainda assim tem dificuldades em pegar em livros mais antigos. A leitura é muito fluída, por mais que eu tenha bufado de ódio pelo Napoleão e seus parceiros várias vezes durante o livro. Ou por mais que tenha me causado tanta revolta ver o quanto os animais foram enganados e estavam sofrendo ainda mais do que antes, mas lembram que logo acima eu falei que é um livro que se encaixa perfeitamente nos dias de hoje? Pois é, pensem só no quanto de gente que estão sendo enganadas por um governo podre que estamos tendo há anos? Revoltante.
“Se ela própria pudesse imaginar o futuro, veria uma sociedade de animais livres da fome e do chicote, todos iguais, cada qual trabalhando de acordo com sua capacidade, os mais fortes protegendo os mais fracos, como ela protegera aquela ninhada de patinhos na noite do discurso do Major. Em vez disso – não podia compreender por que – haviam chegado a uma época em que ninguém ousava dizer o que pensava, em que os cachorros rosnantes e malignos perambulavam por toda parte e a gente era obrigada a ver camaradas feitos em pedaços após confessarem os crimes mais horríveis.”
Então resumido todas esta resenha, toda esta obra em uma única palavra? GENIAL é minha escolha. E sempre será.
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.