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[Resenha] Te Juro Amor em Silêncio – Raiza Varella

Olá, pessoas bonitas! Tudo bem com vocês?

Estou aqui pensando em como vou conseguir passar para esta resenha tudo que senti lendo esse livro. Juro a vocês! Te Juro Amor em Silêncio da Raiza Varella foi facilmente o melhor livro do ano para mim. E esse ano eu fui premiada com muitas leituras boas!

Sinopse: Ele é um príncipe do diamante — o caçula dos quatro herdeiros da renomada Joalheria Benite’s e de um magnata joalheiro mundialmente famoso pelos fabulosos anéis de noivado que desenha. Ela não sabe disso ainda, mas escuta absolutamente tudo que acontece no apartamento dele.
Ele também não sabe disso ainda, mas vai descobrir.
Ela é advogada de crimes do colarinho branco na renomada Xavier&Pallace.
Ele é residente em neurocirurgia no Hospital Memorial Baltazar Mercury.
Ela é uma beata doce e falante.
Ele é um pecador amargo e silencioso.
Ela é ingênua.
Ele não.
Ela é corintiana.
Ele é palmeirense.
Ela sempre quis um cachorrinho.
Ele odeia animais.

Ela dá nomes próprios para suas coisas favoritas.

Ele é um nojo com o carro que não permite que ninguém dirija.

Ela gosta de desenhos animados e de balões.

Ele gosta de brincar com um chicote.

Ela sempre quis ser amada.

Ele não sabe amar.

O coração dela é puro.

O dele não bate mais.

Bem-vindos a uma história de amor divertida, quente e nada convencional.

Tudo nela é lilás.

Por aqui só toca o Kiss.

Te Juro Amor Em Silêncio (TJAS) começa com um breve diálogo do Joalheiro, Joaquim Benite, que é dono de uma das maiores redes de Joias do mundo, a Joalheria Benite’s. Nesta introdução ele nos apresenta seus filhos e nos avisa várias vezes que se pensarmos em ter filhos, que escolhamos ter plantas. Doido, né? Mas acredito que essa foi a forma dele nos avisar que ser pai é entrar num iate (oh, que saudades ele sente de iate!) totalmente despreparado sabendo que uma forte tempestade virá e ainda assim você optar por ir. Acho que essa foi a forma dele nos alertar o que viria por essa história, mas olha, a forte tempestade veio, destruiu meu iate, conseguiu me jogar na areia de uma ilha perdida pensando estar salva. Assim como ser pai (e isso é pura dedução, já que eu sou uma mulher e Deus me livre de ser mãe aos 18), ler esse livro foi me jogar nas incertezas da vida e ser inundada de tanto sentimento. Gritados e silenciados.

Como dito, a história se inicia com Joaquim e isso se deve ao fato que há 22 anos atrás, ao vir para o Brasil em férias forçadas ele o que carinhosamente chama de rumo. Átila Benite é o mais novo dos lindíssimos quatro filhos do Joalheiro, Átila, Romeo, Gael e Leonardo. Filhos esses que aprontaram demais, fazendo com que seu pai, além de ter adquirido cabelos brancos antes dos 50, comprasse um prédio para se livrar dos seus filhos. Ai, gente, eu queria um pai assim hahahah

“— Minha habilidade para o mal, sua inteligência, a mão leve do Leonardo e a coragem do Gael faz de nós quatro a equipe perfeita para esse tipo de serviço.”

O Neném da família é um talentoso médico – neurocirurgião infantil –, apaixonado pelo seu carro, assim como toda a estabilidade que ser um Benite lhe proporciona. Ainda que ele jamais use o termo “apaixonado” e seus similares. Então ao se mudar para o Edifício Souza’s Pallace, Átila continua seguindo com sua vida da forma que sempre foi. Cobrindo seus turnos no Memorial Mercury – hospital onde trabalha –, fazendo suas caminhadas e curtindo um bom sexo que todo homem solteiro e bonito gosta. Até aí nenhum problema, né?

Bem, não para o Átila, mas para sua vizinha de andar, Roberta Brasil tem todo o problema do mundo. Já que o morador do 7B parece não ter muito conhecimento sobre o manual de convivência dos vizinhos. Roberta escuta todas as transas do Átila, ou como ela chama, Mr. Foda Fantástica e isso a perturba demais. Já que como a boa advogada que é e trabalhando em um dos maiores escritórios de advocacia, tudo que ela mais deseja quando chega em casa é poder descansar em paz. Porém, parece que seus pedidos nunca são ouvidos, até bem…, um encontro nada casual em um elevador que parou no meio do seu trajeto.

Roberta é linda em toda sua bondade, ingenuidade e coração grande, suprindo uma forte dor que a acompanha por toda vida, a linda Robie nunca deixou de acreditar que um dia teria sua família e que faria de tudo para que os seus jamais soubessem o que não sentir amor. Com uma mania fofa de dá nome para tudo, é impossível para Roberta não conquistar todos ao seu redor, por isso quando ela desabafa para um senhorzinho fofo que sempre varre o prédio na frente do Edifício o quanto anda sendo difícil ficar na casa dela, ela nem desconfia o quanto que sua vida mudará.

“Não posso segurá-la para sempre. Eu a agarrei em meio à queda livre e sei que em algum momento a gravidade vai me obrigar a soltá-la, porque, a partir de agora, é apenas uma questão de tempo até nós dois chegarmos ao fim do caminho. Nosso destino é inevitavelmente o chão.”

Presa no elevador com o principal culpado de suas insônias, Roberta confessa todos os seus pecados enquanto entra em uma crise e pensa que morrerá. Mas enquanto abre seu coração, e fala sobre tudo que lhe incomoda e ainda tira uma casquinha dos dois mundiais que seu time tem e o de Átila não, Roberta se sente incrivelmente leve, enquanto o mais novo dos Benite se sente incrivelmente culpado. Dois lados da balança, entende?

“— Sabe quanto dói não ter um mundial?
— Não, tenho dois.”

E você deve estar pensando que eu já estou contando tanto da história, mas acreditem vocês, tudo que eu falei está entre os 10% iniciais da história. São mais de 800 páginas de puro sentimento. Lembram o que falei logo ali acima? Uma forte tempestade de sentir.

Mas o caminho para um possível romance desses dois é sinuoso. Os dois personagens carregam consigo dores fortes demais. Átila perdeu toda a capacidade do seu coração bater quando ele foi abandonado pela mulher da sua vida anos atrás; e Robie carrega também uma dor que poucos são capazes de entender, e olha, graças a Deus, é uma dor que eu jamais entenderei. Mas se com a dor, Roberta se tornou uma mulher forte, apaixonada e desejosa por um lar cheio de amor e um conto de fadas, Átila por sua vez não consegue lidar com isto de jeito nenhum. O amor é uma palavra totalmente banida do seu dicionário. De sua vida.

“Eu te amo não é bom dia para dizer quando acorda. Eu te amo não é boa noite para dizer antes de dormir. Eu te amo não é adeus para ser usado para se despedir. Eu te amo não é aquilo que a gente diz para alguém ficar. Eu te amo a gente não diz para agradar. Não é aquilo que a gente diz para se safar. Não se diz por dizer. Nunca deveríamos dizer. Nunca deveríamos precisar dizer porque, quando se ama alguém de verdade, nada precisa ser dito. Nada.”

Brasil e Benite são totalmente opostos, mas de um jeito deles, eles conseguem fazer durar uma relação tão bela como a deles. Uma amizade que permanece e que não precisa de mais para ser. Eles são amigos. Eles fazem funcionar esta amizade. Até que tudo desmorona. E eles provam um ao outro, que o que começou errado pode sim terminar certo. Mas, será que o Átila será capaz de entregar aquilo que tanto significa para a Roberta?

Foi essa a minha pergunta que eu fiz durante toda essa leitura. Eu sou uma grande admiradora de finais felizes e sempre que acontecia algo na história deles, eu me perguntava “eles vão conseguir viver com o que o outro não pode dá?” e eu sempre torcia para que sim. Para que eles dessem certo. E foi uma jornada grandiosa acompanhar o que Raiza fez ao longo das mais de 800 páginas dessa história. Ela prometeu risadas e dei gargalhadas. Ela prometeu um mocinho de arrancar suspiros e nos foi entregue. Uma mocinha que desejamos ser amigas e a Robie está aí para provar. Ela prometeu uma família louca em todas as nuances e em todos os seus integrantes, bom, temos os homens Benites aí para provar este ponto. Ela prometeu emocionar e minhas lágrimas ainda surgem nos olhos se eu pensar na história. A Raiza prometeu muito nesse livro e eu pensei que em algum momento, não ia dá. São quase 1000 páginas, muitos sentimentos, muito a tratar, é natural que algo faltasse, né? A Raiza veio e mostrou que não, nada faltaria. A história de Átila e Roberta seria entregue. E só seria entregue se fosse completa. Se fosse deles.

“O amor para mim se assemelha a uma queda dessa altura. Quando conhecemos alguém, que nos faz querer correr o risco, nós fechamos os olhos, pegamos um impulso e pulamos de peito aberto. Depois nós caímos. Essa é sempre a melhor parte. Cair de amores por alguém.”

E no decorrer da leitura muitos sentimentos vieram. Sabe aquele livro que você simplesmente não consegue largar, não consegue parar de pensar e sempre que você acaba é imediato pensar que a leitura deveria ter sido feita de forma mais lenta para ser aproveitada por mais tempo. Foi impossível não me sentir envolvida nos jantares da família, pensar em quais seriam os novos nomes dos objetos que a Robie nomearia, no novo chick-lit que o Átila leria, porque sim, pessoas bonitas, o homem adora um romance contemporâneo, além do Palmeiras.

E como bem falei das dores que cada um carrega consigo, quando eu soube da história da história da nossa freirinha, foi instintivo querer chama-la para minha casa e aninhá-la sob meus cuidados. Roberta desperta na gente esse desejo natural de quere cuidar dela. E meu coração doeu cada maldita vez que ela sentia uma dor que a sufocava.

Contudo saber a dor de Átila, a dor responsável por fazer morreu seu coração… nossa! Fez morrer um pedacinho do meu também. Eu até hoje, uma semana depois da leitura, ainda não sei como falar o que todo seu passado causou em mim. Eu li a história e imediatamente fui jogada no nada. Em um nada cheio de dor e solidão. Certa vez ouvi que o amor nem sempre é alegria, ele sempre traz consigo um pedaço de dor e o Átila sentiu isso. Sentiu essa dor todos os dias de sua vida.

“Existem dois tipos delas, sabe? Dois tipos de feridas de amor. Aquelas que cicatrizam e aquelas que não cicatrizam. Aquelas que nos matam e aquelas que nos fortalecem. Aquelas que nos fazem querer morrer e aquelas que nos acordam para a vida.”

E por mais que a história tenha esses picos muitos tensos, existem cenas que são impossíveis não rir e desejar participar da família. O papai é um dos meus personagens favoritos e junto com ele, quando a Dirce, sua bengala, entrava em ação, Dios Mio era simplesmente tudo hahaha. Vocês acreditam que esses homens grandes não podiam ouvir o som da bengala tocando no chão que já se tremiam todo?

E não vamos esquecer da Bruna, namorada do Gael, e a primeira pretendente a ganhar o par de anel dos herdeiros Benites. Ah, deixem me contar essa história! Ela é ótima e mostra toda a grandiosidade e sagacidade do Papai.

Joaquim Benites quando decidiu investir no ramo de joias após passar por uma grande reviravolta em sua vida e achar seu rumo, e loucura e razão e existência na terra do Samba e Futebol, deixando para trás a Terra das Massas. Logo, o que um joalheiro poderia entregar àqueles que são tudo para ele? Sua primeira criação. Por isso, cada filho recebe um anel com uma joia especifica. E mais, cada anel tem seu par. Par esse que é para sua alma gêmea. Aquela digna de conhecer toda sua história.

Será que o dono da pedra de Opala entregará seu par para a mulher da sua vida? Bom, não posso responder. Mas eis o que eu posso dizer: se o Papai entregasse um anel para toda mulher que se apaixonou perdidamente pelo Átila, pois bem, estaria eu lindíssima exibindo minha joia por aí.

“O par do meu anel. O par do meu rumo.”

Te Juro Amor em Silêncio foi uma história que me tirou o chão. Foi uma história que me fez chorar e me fez pausar a leitura algumas vezes porque a carga que vinha com os capítulos eram demais. Sufocava, às vezes. E toda vez que eu me sentia assim, eu pensava “imagine como eles passaram por tudo isso sem sufocar” e foi após uma das minhas pausas que eu disse para mim mesma que isto era somente um livro. E foi neste momento que eu percebi que TJAS se tornou meu livro favorito do ano por isso. Porque ele me fez viver essa história. Me fez viver a dor de cada personagem, a risada e os sonhos. Foi quase como se a Raiza tivesse pego minha mão e tivesse dito “Mari, nós vamos dá um passeio” e me levado para uma realidade paralela onde eu era a Roberta e o Átila de tão intensa foi a forma que eu senti a dores deles.

E não posso deixar de mencionar algo que possui grande valia na minha vida, assim como na vida desses personagens: a lealdade pelos seus. Eu amo e sou extremamente leal às pessoas que possuem algum pedaço do meu coração. E os bambinos do Papai também são. É incrivelmente lindo ver a interação desses quatro, ainda que rolem uns socos de vez em quando. Eles se amam e para isso não é preciso falar nada. É só verem que um mataria pelo outro. Gente, eles esconderam o que sabem sobre o Iate do pai! O Iate querido! Tem maior prova de lealdade que essa? Ahahahah

“Para o azar dele, nós somos esse tipo de irmãos: aqueles que, acima de tudo, também são melhores amigos. Somos o que há de mais valioso na vida uns dos outros.”

Nunca tinha lido nada da Raiza e Graças ao Bom Pai comecei pelo a história que eu julgo será sempre minha favorita dentre suas obras. Que orgulho dizer que meus melhores livros do ano foram escritos por mulheres E mulheres brasileiras. É de aquecer o coração.

Meu único pedido é que você leitor por essa embarcar nessa história onde uma mulher ama amar e um homem não suporta ouvir as três palavrinhas que fazem com que (quase) tudo aconteça no mundo. Juntos, Roberta e Átila nos provarão que o amor pode vir de várias formas. Até em silêncio.

“Átila pode não ser muito bom com as palavras, mas nunca conheci alguém que fosse melhor com atitudes.”

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8 Comments

  • Kari Couto

    Tudo bem? Conheço a escrita da autora Raízza Varella, e até que gostei.
    Minhas amigas sempre amam os livros dela! Fiquei bem encantada com sua resenha e a forma como colocou as suas impressões!

    9 de outubro de 2019 at 02:31 Responder
  • Larissa Dutra

    Olá, tudo bem? Não conhecia esse livro ainda, mas pelo o que tu disse parece ser uma história muito interessante. Adorei a resenha e dica!

    Beijos,
    Duas Livreiras

    9 de outubro de 2019 at 23:18 Responder
  • Bianca Ribeiro

    Eu tenho visto muita gente falando sobre essa autora! Mas confesso que ainda não me encatei por nada que ela escreve, não faz muito meu estilo.
    Mas adorei sua resenha, a historia parece ser bem envolvente, gostei da dica e com toda certeza vou recomendar pras minhas amigas que curtem!

    10 de outubro de 2019 at 13:00 Responder
  • Marijleite

    Olá, que bom saber que a autora entregou tudo o que havia prometido na história, pela sua resenha deu pra perceber o quanto você curtiu a leitura desse romance que parece ótimo.

    11 de outubro de 2019 at 18:34 Responder
  • PS Amo Leitura

    QUE RESENHA MAIS LINDA! <3 Nem sabia que a Raiza tinha lançado um novo livro! Acredita que nem terminei a trilogia dela? Preciso porque amei. Enfim, eu adorei a premissa do livro e me chamou muita atenção. Fiquei apaixonada só de ler sua resenha, imagina o livro?! Sem dúvidas vai para a minha wishlist.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

    16 de outubro de 2019 at 17:17 Responder
  • Beatriz Andrade

    800 páginas assustam, né? mas sei que quando a gente se envolve com a leitura elas são poucas e a gente quer mais e mais. Adorei ver a sua resenha sobre esse livro e você me deixou curiosa com ele

    21 de outubro de 2019 at 00:39 Responder
  • Subsolo da mente

    Olá!
    Ainda não conhecia a autora, mas fiquei bastante curiosa com a premissa e com os quotes que você trouxe..
    Parece ser uma ótima leitura, e por isso estou anotando sua dica.
    Beijos

    29 de outubro de 2019 at 03:04 Responder
  • Unknown

    Estou lendo o livro , e ele é simplesmente incrível, por abordar assuntos que nos deixam com o coração em mil pedacinhos.

    18 de janeiro de 2020 at 00:34 Responder
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