Acho que nem é mais novidade que eu sou uma grande admiradora do trabalho da Carol Teles e que ela é facilmente uma das minhas autoras favoritas. A verdade com que ela escreve é dolorosa e apaixonante sem pesar na mão e são poucas autoras que conseguem tal proeza. E já comentei aqui – em alguns vários posts- o quanto A Mais Bela Melodia é um dos meus livros favoritos da vida e justamente por esse motivo quando a Carol liberou Ainda que não me reste nada eu fiquei louca para ler, ao passo que estava super receosa.
Estamos falando do trio que fez meu coração palpitar diferente, do primeiro livro nacional que me fez chorar, do primeiro livro que li no wattpad e o primeiro que me fez defender fervorosamente um personagem. Entendem? A Mais Bela Melodia tem um peso que poucos livros tem na minha vida e saber que a história do Ben fecharia, de vez, este ciclo com esses personagens me fez começar a leitura sem saber o que esperar pela frente.
Ainda com as altas expectativas que mantenho devido à alta qualidade de escrita da Carol, me vi (mais uma vez e juro a vocês que nem sei porque mais me surpreendo, mas graças a Deus que isso ainda acontece) sendo pega totalmente de surpresa e envolta aos milhares de sentimentos que meus Esperançosos favoritos me trazem.
Sinopse: Bernardo alcançou a maioria dos seus sonhos
É maestro de uma orquestra premiada e professor de música de uma universidade. Só que ainda faltava algo em sua vida. Um algo que se foi de modo brusco e que arrancou sua capacidade de pensar em felicidade como um estado de constante euforia que lhe pertencesse.
Em viagem a trabalho, acaba esbarrando em duas mulheres que irão mudar completamente a sua vida. O ensinarão que não apenas sua história tem momentos de ecos vazios, e que é necessário aprender a conviver com isso e enxergar sempre a metade inteira das situações.
Uma jornada de avaliação do homem que se tornou, e do menino que um dia deixou no passado. E ele não estará sozinho. Na verdade, vai descobrir que jamais esteve.
Ainda que não me reste nada conta a história do já adulto Bernardo Narcole Sanchez Hunter, vulgo Ben, que agora é um maestro reconhecido pelo seu trabalho, mas que com o passar dos anos deixou para trás o jovem espirituoso que era. O que me causou certa dor e indagações. Mas crescer significa isso, deixar uma parte nossa que pensamos que jamais mudaria. Crescer dói e Bernardo nos mostra isso.
Ofélia e Edith são o que poderíamos chamar de vítimas da vida. Com uma trajetória difícil, que as levaram a seguir por caminhos que não são bem vistos e que as fizeram amadurecer rápido demais, assim sendo, deixando de viver momentos simples e necessários para todos.
“Algumas mulheres tinham um poder imensurável de se reconstruir diariamente . A necessidade fazia isso”
“Às vezes bastava isso e tudo se encaixava . Só um detalhe , e o sentido penetrava a pele , nos fazendo entender o lugar que tínhamos no universo , e que ele precisava da nossa ação positiva para responder com positividade também . Só isso e o resto seguia como o ser superior queria . Ou como a gente escolhia , afinal de contas livre arbítrio sempre foi o plot principal de viver”
Sabe-se qual a intenção de Deus – ou outra entidade superior que os personagens acreditem- ao juntar esses três personagens icônicos em um vagão do metrô para o que indica ser uma viagem longa e cheias de descobertas.
“o universo sempre entregava para você a melodia necessária . Às vezes para te fazer sorrir , às vezes para machucar mais ainda . Mas sempre o que a gente precisava”
Após uma confusão, um metrô com turbinas pegando fogo e três pessoas de mundos totalmente diferentes passando alguns dias juntos nos mostrarão que feridas passadas só são curadas se a tratarmos e que fugir do passado ao invés de aceitá-lo só nos faz perder grandes momentos.
Foi difícil ver o Ben indo contra a imagem que tinha dele como adolescente, mas se vermos por outro lado, quem sou hoje aos meus 18 anos é diferente de quem pensei que seria enquanto pensava nisso aos meus 14 anos, crescer tem disso. Nos faz mudar e viver e ver a vida sob outra perspectiva. Nem sempre é melhor, contudo, são nossas escolhas que nos levam a seguir o caminho que trilharemos.
“Você é meu filho , e tão bom quanto eu nessa coisa de pisar em cacos de vidro”
Ao passo que se foi difícil ver Bernardo tão diferente, foi recompensador viver novamente em Esperança. Vocês não tem noção de quanta saudades eu senti da loucura de Lorena, Klaus, Adônis e toda trupe junta. De quanto eu ri com os encontros deles. As cenas que continham todo mundo são de aquecer firmemente o coração.
“parafraseando Dorothy à minha maneira, lar é só um lugar repleto de gente que amamos. E aquelas pessoas, naquele momento, eram o meu lar”
“Tradições são importantes.Dão-nos base na vida e nos ensinam que tudo tem um limite e um motivo de ser. Mas elas também podem ser prisões mascaradas, e isso nos limita a seguir em linhas retas que entediam depois de um tempo. É necessário pular de pontes, inventar mentiras indolores , se apaixonar por pessoas improváveis… Mudar a rota comum e enxergar novas paisagens e destinos”
E Ofélia e Edith são personagens que me cativaram, sem dúvidas. Ver quanto elas foram fortes após as pancadas da vida, e que pancadas!, mas ainda assim não deixaram a parte boa delas morrerem só reafirma aquilo que acredito: somos quem escolhemos ser. Essas meninas-mulheres tinham tudo para serem pessoas amarguradas, ruins e até egoístas com o pouco que possuíam, mas indo contra isso, eram pessoas extremamente caridosas e escolheram e escolhem ser pessoas melhores todos os dias.
“Fui atrás de Ben da mesma forma como me joguei de uma ponte por ele: Loucamente e sem pensar duas vezes. Porque ainda que ele fosse de fato um homem intocável para mim, ainda era meu amigo, e merecia tudo o que eu pudesse fazer para vê-lo feliz , mesmo que negasse a felicidade constantemente. Eu iria mostrar que ele não só precisava de um pouco de risos, como merecia todos eles.”
Como é de costume da trilogia Melodia, a música é tipo figurinha repetida, todos a tem. Ao passo que também é aquela premiada, todas as desejam e quando são premiados com ela, ficam em êxtase. A música está sempre com eles para onde eles forem, mas mesmo sendo recorrentes, é sempre um espetáculo diferente. Mágico. Surpreendente. Pense nas surpresas musicais que esse pessoal trás.
“Faça o que quiser da sua vida , mas não deixe a música morrer em você . Ela te manterá vivo nos piores momentos . Acredite em mim . Passei pelo inferno algumas vezes e só ela me tirou de lá .”
Aliás, sei que o foco do livro é outro, mas eu PRECISAVA falar dele. Do Klaus Hunter. Ele é, de longe e de qualquer posição, meu personagem favorito de AMBM e ver que ele continua um homem apaixonado e um ser humano singular faz com que jamais me arrependa de me autodeclarar uma Klausete e defender ele com unhas e dentes. As cenas, as conversas dele e de Ben são baitas ensinamentos de vida. Grandes Lições vindo de um Grande Personagem. Klaus, sua história se encerrou, mas no meu coração você sempre vai estar. Sempre.
“se eu queria alguém que me apoiasse incondicionalmente , então esse alguém era Klaus . Ele não media esforços para me colocar nos trilhos de uma maneira leve e segura . Era como se fosse meu cinto de segurança para momentos depressivos .”
E Carol, você encerrou a história desse pessoal de maneira genial. Da forma que não deixou ponta solta e que deu a resposta que todos esperaram. Até mesmo para as perguntas que eu nem tinha. E eu nem sei o que falar para agradecer por me permitir fazer parte de alguma, pequena, forma dessa história. Eu amo esses personagens como amo alguém que conheço há tempos. Obrigada por isso, espero que você saiba que sou fã sua e que te ler é sempre um privilégio.
“Ainda que não me reste nada, Ofélia, o que sinto por você vai sempre permanecer.”
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.
12 Comments
Kari Couto
Tudo bem? Sei quem é a autora, mais ainda não li nada que ela tenha escrito.
20 de junho de 2019 at 03:16Ouço falar super bem de sua escrita.
Vou dar uma olhada depois e ver se consigo ler algo para conhecer.
Beijos
Nina é uma
Oi, tudo bem? A história não me interessou muito, mas fico feliz por ela não ser um new adult como os outros (ao menos parece que não é). Não conhecia a autora, mas não fiquei com muita empolgação para conhecer. Mas obrigada pela dica 🙂 Quem sabe eu vá procurar as histórias dela no Wattpad quando tiver tempo 🙂
Love, Nina.
20 de junho de 2019 at 22:09http://www.ninaeuma.blogspot.com
Lana Silva
Primeiramente preciso mencionar que eu amo livros que abordam música como tema de fundo para essas tramas, por isso já fiquei cativada pela leitura. Eu particularmente também adoro histórias que nos marcam e que ao mesmo tempo nos passa uma mensagem como essa obra em questão, que e a dificuldade em crescer e mais ainda enfrentar as dificuldades da vida. Com certeza já quero ter a oportunidade de me aventurar por essa trama.
22 de junho de 2019 at 11:04Crônicas de Eloise
Eiiii,
Amei tua resenha, dá para ver o amor que você tem pela obra e escrita da autora. Parece ser uma leitura tocante e que nos faz refletir. Gosto de histórias assim que nos emocionam e nos fazem pensar em nossa própria vida. Outro ponto que adorei foi o carinho que você tem pelas personagens, ah é tão bom quando a leitura faz a gente se sentir em casa, onde as personagens se tornam nossos amigos.<3
Muito linda a resenha,
24 de junho de 2019 at 17:21Um dia espero conhecer as obras da autora!
Bjokas da Elo!
http://cronicasdeeloise.blogspot.com/
Isa Santos (@leportraitdeisa)
Que gostoso ler sua resenha, você é tão apaixonada pela autora e por esses livros que nos passou na sua escrita essa paixão!
24 de junho de 2019 at 19:23Parece ser um livro gostoso de ler e eu fiquei curiosa pois além de todos os pontos positivos que você ressaltou eu amo o mundo da música! Parabéns pela resenha! <3
Papeando Livros
Oi,tudo bem ?
Não conhecia o trabalho da autora, mas já devo deixar claro que achei a proposta tocante e os quotes maravilhosos. Adicionei o livro a minha lista de desejados e com toda certeza ele deve ser uma indicação maravilhosa. Ter personagens assim tão cativantes e esse enrendo já nos mostra o quanto a leitura deve ser incrivel.
24 de junho de 2019 at 20:54Barda Literária
adoro escritora que arrasa, e você tocou num ponto bacana, o fechamento bem feito, cansei de livro com final semi aberto e com pontas ainda soltas, me decepciona demais, ainda mais se for obra única. eu não conhecia Carol mas consigo pensar numa pessoa que amaria esse libro.
24 de junho de 2019 at 21:01Beatriz Andrade
Caramba, que premissa interessante! Eu não conhecia o livro nem a autora e agora preciso muito ler essa obra. Adorei a sua resenha, com certeza é uma dica que eu quero conferir muito em breve.
25 de junho de 2019 at 02:04Lucy
Olá!
25 de junho de 2019 at 16:40Gosto de livros que envolvam música (embora eu nunca consiga elaborar playlists para leituras rs), e um livro nacional já é algo diferente diferente nessa temática. Achei interessante a premissa, pelo visto a autora soube conduzir uma história dramática e envolvente de forma plena.
Bjos
Lucy – Por essas páginas
Viviane Oliveira
Eu tenho uma amiga que pega muito no meu pé pra eu ler A mais bela melodia, estou com ele no kindle desde o ano passado, mas calma!! não li por falta de tempo mesmo, mas é uma das prioridades de leitura!
E eu nem sabia que tinha mais livros depois, achei o máximo e confesso que li pulando alguns trechos por medo de spoile hahaha
Linda resenha, sei bem como é esse sentimento de apego com algumas obras e valorizo isso 🙂
osenhordoslivrosblog.wordpress.com
25 de junho de 2019 at 17:53Cecília Justen
Ei! Tudo bem?
Nossa, sua resenha está emocionante. Juro que não cheguei a ler sobre a história para querer ler o livro, só seus comentários falando sobre ser uma obra maravilhosa, sobre a autora e sobre ser um livro nacional já me fizeram querer ler. Foi lendo sobre o livro em si que eu fiquei ainda mais empolgada, porque eu amo histórias que mostram de certa forma o amadurecimento dos personagens e é ainda melhor quando a autora consegue concluir com exito tudo o que ela apresentou e fecha a história sem pontas soltas. Estou apaixonada, quero ler em breve 🙂
Beijos!
25 de junho de 2019 at 23:00http://www.365coresdouniverso.com.br/
Gisele Lopes
Oie! Uau, fiquei emocionada com a sua resenha! Fiquei louca para conhecer essa história e esses personagens que parecem ser tão cativantes. E olha que eu ainda não conhecia esse livro. É muito bom quando a gente encontra uma história que mexe e nos transforma de alguma forma, se tornando um livro da vida. Sobre a história, é sempre doloroso olhar para trás, ver o quanto mudamos, os sonhos que deixamos para trás, as pessoas que perdemos, ao mesmo tempo que a transformação é saudável e essencial. Adorei a recomendação. Parabéns pela resenha <3
Bjs,
26 de junho de 2019 at 01:30http://abducaoliteraria.com.br/