hoje eu acordei triste, nao entendia o porquê de estar assim. quer dizer, até entendia, é claro, mas não fazia sentido.
levantei, me arrumei e fui trabalhar. no ouvido, músicas tocando e uma indecisão: seguia nas tristes para combinar com meu humor ou apostava nas alegres para tentar levantar? me deixei guiar pelo aleatório.
tive a primeira decepção do dia. e a segunda. e a terceira. e uma quarta. e depois dela parei de contar. porque estava doendo muito. veio de onde eu menos esperava, de um jeito que eu também não esperava. não fazia sentido machucar tanto. mas, a bem de verdade, que sentido faz os sentimentos? nosso papel é somente senti-los mesmo, nada mais.
só me faltou jogar no google “solidão frases” e acabar de vez com o restinho do meu coração triste e apertado.
entre risos e seguradas de choro, estou passando por esse dia.
vocês precisam saber uma coisa sobre mim: acredito demais em sinais – e talvez esse seja um defeito meu – e hoje eu recebi alguns. mesmo na minha tempestade de tristeza.
a internet no meu trabalho caiu, então decidi que enquanto ela não voltava iria atualizar meus e-mails. abri alguns, excluí outros. até que fui para a caixa de spam e me deparei com um que tinha sido enviado no dia anterior e falava justamente sobre como eu estava me sentindo: só. só podia ser um sinal. quase me emocionei. segurei e passou.
indo para a parada de ônibus, minha amiga me fez rir muito. outro sinal de que, com as pessoas certas, é possível rir também. e adivinhem o motivo? estávamos “tirando onda” de um assunto que antes foi motivo de choro. é bíblico, nenhuma tempestade dura para sempre.
voltando para casa, no metrô, em pé, lendo no meu kindle, recebi outro sinal. estava demais. eu precisava entender. uma frase do livro que falava exatamente o que eu precisava ler.
Não queremos tirar pessoas de nossas vidas. Estamos prestes a nos recusar a aceitar algo menos do que merecemos. (Fix Her Up)
então decidi entender. no dia seguinte será minha sessão de terapia e voltei determinada a viver meus pequenos passos que irão me levar a uma jornada bonita. a minha.
então, tomei meu banho, desativei as notificações das redes sociais, arrumei o que precisava ser arrumado e vim assistir as aulas do curso que eu deveria ter começado há tempos. fiz a inscrição no curso de inglês – que também deveria ter acontecido há tempos. e jantei.
nesse interim, fui ler com calma a cartinha enviada que chegou através de e-mail de uma podcaster que eu acompanho e curto muito o conteúdo, e meu Deus!, precisei, mais uma vez, segurar o choro. vejam só se não era o que eu precisava ler. essa cartinha falou muito comigo, porque foi exatamente assim que eu me senti. só. mesmo estando com tantas pessoas.
“Independente da fase da vida em que você está, uma coisa é certa: para todo café, o primeiro gole, sozinho com nós mesmos, é sempre mais gostoso. Somos ciclos. Só queria te lembrar disso.”
no meio da aula, olhei para o lado e vi o livro de devocional que ganhei de uma pessoa especial. tinha parado em um dia que não lembro mais de julho. passei as páginas até o dia de hoje e adivinhem? outro sinal.
o versículo? era este: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Filipenses 4:6)
mais uma vez, os olhos marejaram. e como boa filha que sou, entendi o recado e sabia que precisava escrever.
um breve relato do meu dia. um breve relato do que aprendi.
dias solitários também ensinam.
e eu nunca me recusei a aprender.
não sei como vai ser os dias seguintes, não sei nem como vai ser a hora seguinte. se irei ler meu livrinho ou dormir. mas sei que aprendi. e que, com certeza, essa sensação de solidão vai me acompanhar.
sei também que todas as vezes que desativo as notificações das redes sociais é uma forma de me blindar do que me magoa, e estou fazendo isso. mas sei também que amanhã, quando meu despertador tocar, irei me arrumar, me sentir bonita e enfrentar mais um dia.
me sentindo só? provavelmente. mas tendo aprendido que se sentir só é apenas uma fase. e eu já passei por muitas.
Texto escrito em um dia triste, mas que me ensinou muito. E publicado num novo dia, que tem tudo para ser bom. ❤️
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.