Olá, pessoas bonitas! Tudo bem com vocês?
Hoje é dia de mais uma resenha por aqui e ele se trata de uma das leituras que fiz esse ano graças à minha assinatura no Clube Intrínseco, que vem me surpreendendo cada dia mais com a formosura que são as edições que vem dentro das caixinhas. Vamos conhecer um pouquinho mais sobre a leitura do Livro #016, Território Lovecraft do Matt Ruff.
Sinopse: Nos Estados Unidos segregados da década de 1950, Atticus é um rapaz negro, veterano da Guerra da Coreia, fã de H. P. Lovecraft e outros escritores de pulp fiction. Ao descobrir que o pai desapareceu, ele volta à cidade natal para, com o tio e a amiga, partir em uma missão de resgate. Na viagem até a mansão do herdeiro da propriedade que mantinha um dos ancestrais de Atticus escravizado, o grupo enfrentará sociedades secretas, rituais sanguinolentos e o preconceito de todos os dias.
Ao chegar, Atticus encontra seu pai acorrentado, mantido prisioneiro por uma confraria secreta, que orquestra um ritual cujo personagem principal é o próprio Atticus. A única esperança de salvação do jovem, no entanto, pode ser a semente de sua destruição — e de toda a sua família.
E esta é apenas a primeira parada de uma jornada impressionante. Estruturado ao mesmo tempo como uma coletânea de contos e um romance, Território Lovecraft apresenta, além de personagens memoráveis, elementos sobrenaturais, como casas assombradas e portais para outras realidades, objetos enfeitiçados e livros mágicos.
Um retrato caleidoscópico do racismo — o fantasma que até hoje assombra o mundo —, a obra de Matt Ruff une ficção histórica e pulp noir ao horror e à fantasia de Lovecraft para explorar os terrores da época de segregação racial nos Estados Unidos.
Território Lovecraft nos leva para o ano de 1954 em um Estados Unidos forte na cultura da segregação racial e Atticus, personagem principal, foi liberado pelo exercito e após receber uma carta bem peculiar, por assim dizer, de seu pai Montrose, faz uma viagem para sua cidade natal, Chicago, para descobrir o motivo por trás do recado preocupante de seu pai.
Atticus chega em Chicago e descobre que sua jornada está bem longe de terminar, então junto com seu tio George e sua amiga Letitia, eles saem em uma missão especial sem saber muito bem o que enfrentarão, mas com uma só certeza: eles vão sair todos a salvos. Juntos.
Território Lovecraft é um livro muito interessante e que com certeza aborda coisas que antes eu jamais tinha lido em um livro, tal como a forte exploração de uma filosofia diferente da que estamos habituados a ver, uma filosofia de magias e rituais, que permitem que os usuários e praticantes possam fazer coisas inimagináveis e impossíveis a olhos comuns. Além claro, de se passar em uma época onde tudo, tudo mesmo, era dividido para as pessoas de “cores” ou não. A crítica social desse livro é forte e muito boa!
O livro escrito pelo Matt é bom e traz em suas páginas uma forma de desenvolvimento muito interessante. Os capítulos são longos e cada um deles é focado em um membro da família de Atticus e em suas aventuras, mas que no final tudo e todos caminham para um mesmo ponto.
Como disse, os capítulos são bem longos, mas que dentro dele tem suas subdivisões, o que não o torna muito cansativo, mas admito que em muitas vezes senti o livro parado e maçante. Tem certa fluidez nas páginas e a leitura corre de forma boa e rápida em certas partes, mas até me conectar com a obra e sentir alguma ligação com os personagens, demorou um pouco. Tanto que foi uma leitura que demorou mais para ser concluída que as demais, mas não sou julgar ela capaz de ruim de forma nenhuma, mas também não se tornou uma favorita, tampouco eu a leria novamente em breve.
Território Lovecraft tem personagens muito bem desenvolvidos e uma boa crítica social, peca em suas excessivas descrições que poderiam ser cortadas em momentos inoportunos e possui um final eletrizante, admito, porém fraco para tudo que a obra prometia trazer. Tem em suas últimas 100 páginas um caminho eletrizante que não é encontrado nas demais páginas e nos deixa com um gostinho de “mas já acabou? Simples assim?”, contudo, bom, muito bom!
E ainda que eu não tenha encontrado o terror psicológico que tanto falaram ter, é uma obra que possui umas coisinhas que mexe mesmo com nosso imaginário e nos faz questionar até onde aquilo é real ou não.
Quem gosta de um bom mistério sobrenatural(??) e personagens bem desenvolvidos, além claro de um livro que retrata uma época bem tenebrosa na história dos EUA, Território Lovecraft é uma boa recomendação.
E vocês? Também são assinantes do Intrínsecos? Já leram ou estão esperando a versão (lindíssima) comercial sair para lerem?
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.
5 Comments
Nina é uma
Oi, tudo bem? Não conhecia o livro e o nome do personagem me lembrou demais O sol é para todos, especialmente por existir no meio dessa sociedade segregada. Não entendi muito bem como a narrativa mágica/fantástica acontece, mas fiquei interessada. Vou procurar, com certeza! Quero muito leituras diferentes e esse parece ser um livro assim.
Love, Nina.
1 de março de 2020 at 01:12http://www.ninaeuma.blogspot.com
Ana Caroline Santos
Olá, tudo bem? Eu acho as edições dos Intrínsecas muito bonitas, principalmente por trazer uma aquarela de cores, porém como geralmente os enredos não são algo que leio com frequência, para mim não seria muito vantajoso assinar. Gostei de saber o que poderemos encontrar no desenvolvimento, e quem sabe futuramente eu leio?! Adorei os itens extras que enviaram!
2 de março de 2020 at 00:39Beijos
Kênia Cândido
Oi Mari.
Eu não sabia nada sobre este livro e através da sua opinião, eu adorei. Você apresentou informações bastante interessantes, especialmente sobre mistério sobrenatural. Já adicionei a dica na minha lista de desejados. Será que terá uma edição fora da assinatura do Intrínsecos?
Bjos
3 de março de 2020 at 15:41Debyh
Olá,
4 de março de 2020 at 02:03Como li contos do Lovecraft a pouco tempo eu fiquei muito afim de ler este livor hein, acho que pegaria bem as referências aos contos originais (que são sim aterrorizantes, recomendo). Sobre a parte da descrição é realmente uma pena, pelo menos pra mim quando começa ficar tudo muito descritivo me distraio e perco a emoção do momento. Mas ainda quero ler!
Lucy
Oi, Mari! Ainda não conhecia a obra, uma pena ela ser maçante em alguns momentos, e ter descrições em excesso. Também acho cansativo, mas pelo menos você não desistiu e gostou da sua leitura.
11 de março de 2020 at 01:50bjos
Lucy – Por essas páginas