Esses dias voltando para casa um amigo disse que eu era “uma pessoa fora da curva, pois com 17 anos tu tem uma maturidade que eu tive aos 20”. Na hora, agradeci. Depois, pensei sobre. Maturidade.
No dicionário, maturidade é o efeito ou circunstância da pessoa que se encontra numa fase adulta; estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento: maturidade comportamental, mental etc. Mas é comum eu me pegar pensando, será que sou adulta mesmo? Tudo bem que eu trabalho, pago minhas contas, ajudo em casa e mais outras coisas que pessoas com seus lá 20 anos fazem. Mas adulta? Não sei.
Madura também nem sei.
Para mim, maturidade nunca teve a ver com idade, contudo, com o jeito que lido com as situações que aparecem no meu caminho. E o com o quanto aprendo com cada uma.
Talvez perder pessoas queridas e importantes para mim muito nova tenha sido o principal motivo para eu amar tanto a vida. Para saber que, mesmo no auge da juventude, a gente que é responsável por trilhar nossos caminhos e escolher a melhor (ou a pior) opção para nós. Talvez eu seja madura mesmo, mas talvez não seja.
E eu não quero me prender aos “talvez”, “se” ou “como poderia ter sido”, eu quero me prender aos momentos, sabe? Quero algum dia parar e analisar minha vida e saber que fiz tudo que poderia fazer, que curtir tudo que tinha para ser curtido, mas ainda assim dei o melhor caminho, as melhores opções para o meu eu do futuro e às pessoas que caminham ao meu lado.
Da mesma forma que a gente nunca entra no mesmo rio duas vezes, a gente nunca vive a mesma situação mais de uma vez, pois mesmo que ela seja igual, nós não somos. A gente muda. Constantemente. Da mesma forma que o tempo passa. Constantemente.
A vida é efêmera. Linda, porém efêmera. Estamos hoje, mas, talvez, não amanhã. E maturidade, para mim, é entender isso. E o que vou fazer quanto a isto.
Efêmera, amigos. A vida é, nossos momentos são, mas as lembranças não. Elas nunca. São eternas.
Aproveitem
Pernambucana, formada em Contabilidade com especialização em romances incríveis. Aprendeu a ler aos 4 anos e desde então não parou mais. Apaixonada por praia, fotografia, livros e no seu cachorrinho. Tem aqui no blog, um cantinho de paz e é uma honra poder dividir isto com você.
6 Comments
Viajando com Papel e Tinta
Realmente, algumas circunstâncias da nos fazem amadurecer antes. Concordo com você, maturidade não está relacionada a idade cronológica, e sim com nossa compreensão de mundo. E viva essa metamorfose ambulante que somos. BJS.
25 de novembro de 2018 at 18:55Camponesa Literária
Adorei seu texto e concordo plenamente com você.
25 de novembro de 2018 at 23:38Eu porém me sinto madura para umas coisas e para outras não.
Acho que amadurecemos com várias com coisas durante nossa jornada e uma delas é os tombos que damos na vida. bjus, isso me faz refletir.
Cecília Justen
Que texto legal! Maturidade, para mim, é muito relativo e a vida tem muito haver com isso, o que passamos todos os dias influência diretamente no que pensamos e em quem seremos. Acima de tudo, mudanças são necessárias e, por consequência, a maturidade vem junto. A vida é um amontoado de acontecimentos 🙂
Beijos!
26 de novembro de 2018 at 16:41Jessica Rabelo
Oie. Adorei o texto, que toca em um ponto que as pessoas tem medo. O amadurecimento e a verdade que envolve ele. A verdade é que crescer assusta, mas precisamos aprender a lidar com isso. As mudanças sempre vem pro bem.
Realmente amei.
Beijos.
Blog: Fantástica Ficção
27 de novembro de 2018 at 20:24Viviane Oliveira
Maturidade é saber ver tudo com clareza, sem ser sentimental, é ser sensato para tomar decisões dolorosas, mas sabendo que são corretas. Se vc consegue enxergar o valor da vida então vc tem maturidade sim, só que ela não chega num limite e para, ela está em constante aperfeiçoamento 🙂
osenhordoslivrosblog.wordpress.com
28 de novembro de 2018 at 17:37Taísa Silva
Que lindo seu texto, parabéns, você escreve muito bem. Adorei sua visão da maturidade e acho que é isso mesmo, nunca está relacionado a idade e sim como a maneira que enfrentamos cada situação.
28 de novembro de 2018 at 18:22